terça-feira, 4 de novembro de 2008

Alguma semelhança é mera coincidência

A galinha vermelha achou alguns grãos de trigo e disse a seus vizinhos:
- Se plantarmos trigo, teremos pão para comer. Alguém quer me ajudar a
plantá-lo?
- Eu não. - Disse a vaca.
- Nem eu. - Emendou o pato.
- Eu também não. - Falou o porco.
-Eu muito menos. - Completou o ganso.
- Então eu mesma planto. - Disse a galinha vermelha.
E assim o fez. O trigo cresceu alto e amadureceu em grãos dourados.
- Quem vai me ajudar a colher o trigo? - Quis saber a galinha.
- Eu não. - Disse o pato.
- Não faz parte de minhas funções. - Disse o porco.
- Não depois de tantos anos de serviço. - Exclamou a vaca.
- Eu me arriscaria a perder o seguro-desemprego. - Disse o ganso.
- Então eu mesma colho. - Falou a galinha, e colheu o trigo ela mesma.
Finalmente, chegou a hora de preparar o pão.
- Quem vai me ajudar a assar o pão? - Indagou a galinha vermelha.
-Só se me pagarem hora extra. - Falou a vaca.
-Eu não posso por em risco meu auxílio-doença. - Emendou o pato.
- Eu fugi da escola e nunca aprendi a fazer pão. - Disse o porco.
-Caso só eu ajude, é discriminação. - Resmungou o ganso.
-Então eu mesma faço. - Exclamou a pequena galinha vermelha.
Ela assou cinco pães, e pôs todos numa cesta para que os vizinhos pudessem ver.
De repente, todo mundo queria pão, e exigiu um pedaço. Mas a galinha simplesmente disse:
-Não, eu vou comer os cinco pães sozinha.
- Lucros excessivos! - Gritou a vaca.
-Sanguessuga capitalista! - Exclamou o pato.
- Eu exijo direitos iguais! - Bradou o ganso.
O porco, esse só grunhiu.
Eles pintaram faixas e cartazes dizendo 'Injustiça' e marcharam em protesto contra a galinha, gritando obscenidades.
Quando um agente do governo chegou, disse à galinhazinha vermelha:
- Você não pode ser assim egoísta.
- Mas eu ganhei esse pão com meu próprio suor. Defendeu-se a galinha.
-Exatamente. Disse o funcionário do governo. Essa é a beleza da livre Empresa. Qualquer um aqui na fazenda pode ganhar o quanto quiser, mas sob nossas modernas regulamentações governamentais, os trabalhadores mais produtivos têm que dividir o produto de seu trabalho com os que não fazem nada.
E todos viveram felizes para sempre, inclusive a pequena galinha vermelha,que sorriu e cacarejou:
- Eu estou grata, eu estou grata.
Mas os vizinhos sempre perguntavam por que a galinha, desde então, nunca mais fez coisa nenhuma.. Nem mesmo um pão.

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Esta 'fábula' deveria ser distribuída e estudada em todas as escolas brasileiras.
Quem sabe, assim, em uma ou duas gerações, sua mensagem central pudesse tomar o lugar de toda essa papagaiada pseudo-socialista, que insiste em assombrar nosso país e condená-lo à eterna miséria.
Em tempo... Qualquer semelhança desses bichos com alguns abaixo é mera coincidência:
'Sem Terra',
'Sem Teto',
'Sem Bolsa Escola',
'Puxa-sacos',
'Sem Vergonha'...
'Sem porra nenhuma'...
E outros bichos mais.

20 comentários:

Aline Evelyn disse...

Simplesmente adorei!
Principalmente os "Sem porra nenhuma"
ahuahauhauahua
Essa fábula, meu querido Paulo, ttrata-se nada mais, nada menos de muitos brasileiros.
Não são todos, mas são muitos!
Com certeza, ela devia ser aplicada nas escolas!
Quem sabe... talvez assim... o Brasil vá pra frente nas próximas gerações!
;)

Anônimo disse...

Paulo,
olha muita coisa é njusta em nossa terrinha, ainda mais se tatando de política, sempre alguma coisa é súper injusta...
A começar pelos belos salários dos nossos deputados, vereadores, e senadores...
Essa desigualdade me mata sabia?
Aff uns tem tanto e outros nada ...
Agora essa crise mundial, que é claro quem vai pagar o belo pato somos nós cidadãos né?
Agora comentando sobre o seu comentário em meu blog ...
Obrigada, não tinha visto dessa forma ...
Quem deu em cima foi ele, quem me xavecou foi ele, e eu sempre fui súper sincera ... mas acho que no fundo ele sacou que eu não sou mulher para brincadeiras ...
Valeu por me enxergar tão bem ...
E qto aos selos, não se preocupe, poste qdo puder ...
Beijos, linda terça e bela semana para ti,
com carinho,
Gi

Anônimo disse...

eu adorei a historia da galinha..
e se aplica direitinho ao nosso convivio na sociedade brasileira capitalista... :)

Paula disse...

Paulo, se tem uma coisa que eu não suporto é o socialismo fajuto e de conveniência, assim como o comunismo. Mas pior que os dois, são as pessoas folgadas que se proveitam do trabalho e esforço dos outros usando de desculpas relacionadas à política, religião ou qualquer outra coisa para ganhar!

Amigao disse...

Ih amigão, vai este post vai dar confusão, hehehehe
Abração!

Diego! disse...

Será que devemos confundir socialismo, com preguiça, gostar de ter lucros fáceis ou querer ser atendido socialmente?
Tenho medo da interpretação dessa fábula.
Ela da margem a futilidade do pensamento burguês e de classe média, que bota a culpa de qualquer coisa que possa afetar o seu “Happy Hour”.
Como filho de um lar operário, garanto que algo que não fazemos e cruzar os braços enquanto o trigo é plantado e colhido. Já que trabalho uma carga horária maior que o empresário engravatado, será que não teria o direito de me sentar como ele em uma mesa com toalha de linho e uma quantidade de talheres exorbitante?O trabalho dele vale mais que o meu?
Acho um porre essa coisa de discurso socialista. Mas, virar as costas para a diferença de classes não dá.

Mesmo assim gostei do texto, e fiz a minha própria interpretação.
Não leve esse comentário como pessoal. A blogosfera é para isso.Troca de idéias.

eu... disse...

Paulo,adorei a correlação!E tens razão qto a essa praga de classe chamada "os sem"...vergonha!Cambada de sanguesugas,seja no governo ou do lado de cá...
Excelente post!!Lembrei do cazuza,

♪ ♪ Brasil,mostra sua cara,quero ver quem paga pra gente ficar assim.♪ ♪

Boa semana,beijo.

Mari disse...

hauhauhauhau
Coitada da galinha vermelha...tão boazinha!!hehe

Mas,temos que ter cuidado para não confundirmos pseuso-socialismo com justiça de classe.

abraço

Cruela Veneno da Silva disse...

faltou os sem-serviços que é bem dirente dos sem-trabalho.

bicharada encostada essa heim? me fez lembrar o livro REVOLUÇÃO DOS BICHOS.

Adriano Queiroz disse...

As elites não são galinhas vermelhas, são azuis, algumas se difarçam de vermelha.
Não consigo visualizar esta galinha nos latifundiários, lobistas e banqueiros. Eles em sua maioria não fizeram tudo sozinhos, em um país que escravizou seres humanos por mais de 300 anos e paga salários ridículos para vários setores sociais, dizer que há galinhas desta espécie pode ser um equívoco.
Num país que a educação e as oportunidade são desniveladas, os ricos podem pagar escolas de primeira para seus filhos e muitos pobres vão de estômago vazio para escolas de lata, a lógica social é outra.
Humildemente queria exemplos de galinhas vermelhas desta fábula.
E sinceramente sem querer ser arrogante, eu torço para esta fábula não seja ensinada em nenhuma escola, ainda mais com a citação final.
Os movimentos merecem críticas como merecem respeito também.

Até mais.

mundo azul disse...

Adoro essa história!
Li-a muitas e muitas vezes para meus filhos, quando eram pequenos... Tentei passar para elas essa mensagem tão útil...

PARA COMER, É PRECISO PLANTAR, COLHER E PREPARAR... Graças a Deus, eles assimilaram!

Beijos de luz e o meu carinho!

Observador disse...

Paulo
Aqui estou eu novamente no seu blog e como estamos numa democracia vou dizer o penso sobre esta galinha,ok?
Espero que a galinha vermelha não seja uma alusão aos empresários,banqueiros e parte da elite que herda os pães plantados por ela.Se assim não for,eu acharia muita graça,pois que eu saiba ,estes vivem do trabalho de muitos que nem sequer foram citados.
Os movimentos sociais dos "sem terra" e "sem teto" são altamente legítimos.
Os "sem vergonhas" e "sem porra nenhuma" fazem parte da política e da elite preconceituosa que consomem da mão-de-obra dos verdadeiros trabalhadores que produzem.

Atenciosamente

Sem

Bonequinha de Luxo disse...

Oi,Paulo

Há algo de estranho nesta fábyula que eu não consegui identificar..e olha que eu nem sou "loura",hein..
Afinal quem é a galinha?os patrões?Os governantes?os ricos?os pobres?ah..que droga..explica aí Ó!
Creio que esses que comentaram aí em cima tb não sabem do que se trata..se colar..colou,foi assim...rs
bjs

Nunca é tarde para ser feliz! disse...

Essa fábula é realmente MARAVILHOSA... a li muito quando criança!!! Gostei demais da sugestão de aplicá-la como cartilha para o desenvolvimento do Brasil... rsrsrsr... Adorei seu Blog!!!

* O Cantinho da Lia * disse...

Adorei...
E é bem por aí mesmo...
Porque eu tenho que dividir com algum vagabundo aquilo que eu ganhei com suor do meu rosto???
Isso acontece lá na casa da minha mãe...meu irmão trabalha, sim, mas não contribui com nada ( que é o mesmo que não trabalhasse, não é mesmo?)

Concordo...as professoras deviam ensinar essa lição desde a quarta série.

Bjs

angel red disse...

Gostei da fábula. Minha interpretação é que cada um tem que correr atrás do que quer. Vivemos numa sociedade mt injusta e os movimentos sociais se perderam em brigas partidárias infundadas, logo perderam a credibilidade. Assim como mts sindicatos, entidades estudantis etc.
Como tenho conhecimento de causa escreveria por horas aqui, mas acho que está bom por aqui.
Bjoks

Lilian Devlin disse...

Paulo querido,
Eu já conhecia esse texto e compartilho integralmente da sua indignação! É mesmo uma papagaiada! Mas, vamos ter esperança que um dia, com essas novas gerações e conosco para incutir (boas) idéias a coisa toda mude, né?
Bjs!

Fabi disse...

Muito comodo virar sem terra e etcs e receber sem trabalho os bolsa família, gás e por aí vai.

Ótimo final de semana pra ti

Vanna disse...

Querido, os grandes empresários, latifundiários ou seja lá quem sejam os grandes representantes do capitalismo, não trabalham sozinhos como a galinha vermelha, muitos vivem mesmo da exploração d mão-de-obra-barata, vide China. Mas há sempre q não generalizar.
Bjs, ótimo fim d semana.

Evandro Varella disse...

Nos dias de hoje um dos males principais é a inversão de valores...
E cá entre nós, até que a galinha teve sorte em não terminar na panela!
Abraços